terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sobre o imortal Sherlock Holmes

                                                              Fonte: Divulgação
      Um dos personagens  mais marcantes entre os clássicos universais é o notório detetive inglês criado por Sir Arthur Conan Doyle. Quem nunca ouviu falar dele? Ainda mais nos tempos atuais onde além de encontrá-lo em seus livros, existem tantas adaptações para o cinema, a tv e mesmo os quadrinhos.  É impossível não formar uma imagem mental instantânea ao ouvirmos qualquer citação a Holmes. Velho conhecido desde minha adolescência, tive um primeiro contato com ele logo em sua aventura mais "exótica", onde  enfrenta uma espécie de besta sanguinária que persegue uma família nas charnecas inglesas. "O cão dos baskerville"  me fisgou de vez para as tramas policiais de Doyle, que passei  a acompanhar com entusiasmo.
        As narrativas de Doyle são inteligentes e metódicas, e embora na maioria das vezes não partam para uma ação física mais ousada oferecem um clima soturno onde o poder imaginativo do autor mantém o leitor como refém .O uso do dr. Watson como contraponto aos raciocínios de Holmes é sempre fantástico, pois ao passo que não rebaixa o intelecto do médico, põe a ele e a nós leitores no papel de observadores de uma habilidade dedutiva tão superior que é quase algo sobrenatural.
        As muitas adaptações da obra de Doyle para outras mídias costumam tomar liberdades quanto aos aspectos mais característicos da personalidade de Holmes. No filme estrelado por Robert Downey Jr por exemplo, o herói de ação prevalece, já na série Elementary Sherlock tem surtos que o tornam uma espécie de dr House detetivesco. Tais obras podem ter seus méritos, mas deixam escapar aquele sutil tom de desinteresse do personagem pela realidade que o cerca, tão marcante nos textos de Doyle. Há em Sherlock um certo ar blasé,  que enxerga o cotidiano como um mar de futilidades e só encontra alento quando um crime engenhoso o desperta. 
       Ontem tive contato com uma nova perspectiva para as aventuras de Holmes: comecei a ler o Nuvem da morte,  um livro de Andrew Lane, autor atual que trata das aventuras de um jovem Sherlock que com apenas quatorze anos vive cercado por perigosas investigações.  É o primeiro de uma série sobre a adolescência do personagem, portanto deve haver aí algum desejo implícito de transpor as aventuras para o cinema . 
       Antes de qualquer coisa, confesso que não me empolguei tanto com a ideia de rejuvenescer o herói, algo na empreitada me fez lembrar um pouco da antiga série o jovem Indiana jones, premissa legal e ao mesmo tempo muito mal executada que acabou se tornando um retumbante fracasso. Aliás, há ainda o filme O enigma da pirâmide que já abordou a temática e não obteve resultado significativo. Não que o filme seja ruim, apenas não encontrou respaldo do público. No entanto, a atmosfera que o autor do livro apresentou até onde pude ler soa nostálgica e ao mesmo tempo tem um toque sombrio muito bem vindo. Sei que é melhor terminar o livro primeiro para tecer qualquer comentário, mas a impressão inicial foi muito boa, não soa como fanfiction barata e seu texto tem indiscutível qualidade. Vamos dar tempo ao tempo por enquanto.
         


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quinze anos de Dawson's Creek!

  
                                                                     Fonte: Divulgação

 "Alguma coisa sobrevive ao naufrágio das ilusões..." ( Machado de Assis)

   Essa bela frase do bruxo do Cosme velho define bem a passagem da adolescência e as desilusões e desencantos que a vida acaba reservando a todos nós. Sob um pano de fundo pop, é sobre a passagem desses anos tão marcantes que a série televisiva Dawson's Creek vai se aprofundar. Verdadeiro fenômeno televisivo do final dos anos 90, podemos afirmar que é uma série adulta sobre a adolescência . Esse parece ser um modo complexo de se entender a série, mas grande parte dos fãs abraça a ideia de que ao fim de uma jornada de auto conhecimento e descobertas é mesmo a solidão e o desencanto que os personagens encontrarão. Agora, quinze anos depois, uma das melhores séries teen de todos os tempos faz aniversário e vamos aqui elogiar, afinal ela tem envelhecido bem, basta dar uma olhadinha em seus episódios iniciais: continua atual e ao mesmo tempo dá uma sensação muito legal de nostalgia ao rever. Este post é apenas pra matar saudade, um papo sobre como foi acompanhar a série e como alguns lances dela marcaram um período legal de minha vida. Resolvi dividi-lo em temas, espero que gostem!

   Estrutura da série: 

    Kevin Willianson, criador e principal roteirista da série sempre deixou claro que se tratava de uma história praticamente autobiográfica, e esse conceito sempre deu  a entender a quem acompanhava a trama que Dawson seria seu alter ego ou coisa assim, mas em muitos momentos o autor enriqueceu nossa percepção ao afirmar que havia utilizado traços de sua adolescência em cada um dos quatro personagens principais. Isso foi uma quebra de estereótipos e tanto, afinal todo mundo acabava se identificando com um único personagem, mas se pensarmos bem acabamos carregando em nós muito do que os quatro representam.

Personagens:
   Quatro personagens principais coordenam os acontecimentos e são retratados de modo envolvente:  
  •   Dawson Leery ( James Van der Beek) é o eterno adolescente sonhador que parece não querer crescer (seria a síndrome de Peter Pan de Spielberg tão discutida no início da série?). Ele deseja ser cineasta, daí tantos filmes serem usados como referência em episódios na série.O quarto de Dawson, repleto de posters e elementos da sétima arte geralmente é o ponto de partida da maioria dos episódios e isso funciona como uma metáfora, já que é de um ambiente seguro e familiar que o jovem deve  partir para enfrentar o mundo.



  

  •  Joey Potter ( Katie Holmes)é a amiga de infância que quer crescer, mas para vislumbrar novos horizontes precisa se conscientizar de sua própria beleza e inteligência. Amizade e amor se confundem na cabeça de Joey e Dawson e isso acaba se tornando o principal plot da série.






  • Jen Lindley ( Michelle Willians) é a garota que já cresceu em diversos aspectos negativos e precisa juntar seus cacos após diversas experiências frustantes. Ela vai morar com a avó na pacata Capeside e acaba mexendo com o coração de Dawson, mas será que  o ritmo lento de uma cidade interiorana será de grande ajuda para a garota?






  •  Pacey Witter ( Joshua Jackson), grande amigo de Dawson ele  não cresceu sob vários aspectos ( é o moleque da série) mas tem mais maturidade do que possamos inicialmente visualizar.  O péssimo relacionamento dele com o pai rende alguns episódios memoráveis. 





     Revendo a série, podemos verificar o quanto nossa percepção acerca de seus personagens  pode ter nos enganado e isso é muito bom pois pode nos revelar amadurecimento em nossos julgamentos. Os personagens de Dawson's Creek são muito humanos, não carregam estereótipos saturados e por isso mesmo passam longe de serem perfeitos.
      Um bom exemplo: Dawson Leery tem toda nossa torcida para que alcance seus objetivos e nem reparamos inicialmente o quanto ele é egocêntrico: o divórcio de seus pais vira uma lamentação sem fim e nem lembramos de comparar com a formação familiar desastrosa de Joey, Pacey e Jen, todas muito mais dolorosas que a dele. Dawson põe ainda seus interesses sempre em primeiro plano, negligenciando seu papel como amigo ou namorado. Pacey Witter, o eterno irresponsável juvenil que não se encaixa em nenhum padrão pode ser um outro exemplo, não damos a mínima para ele em uma primeira olhada e até em certos momentos nos pegamos pensando o que seu papel representa para o desenvolvimento da série. Uma segunda olhada mais calma nos revela o quanto ele é um bom ouvinte, quantas vezes salvou a pele de seus amigos e quanto a sua figura carismática nos convida a aproveitar o dia e relaxar!Grande Pacey!
   Personagens secundários interessantes também não faltaram na série. A avó de Jen  teve papel decisivo e participou de cenas emocionantes junto à neta rebelde (destaque para a fase do ateísmo de Jen e o próprio final dado às duas na série). Os irmãos Jack e Andy Mcphee ( Kerr Smith e Meredith Monroe) foram chegando de mansinho e deram uma contribuição e tanto para a trama, com seus respectivos dramas os tornando os favoritos de muita gente.  Destaque aqui também para a terrível Abby Morgan ( Monica Keena), que apesar de não ganhar um título de vilã propriamente dito acabou muitas vezes roubando a cena durante as duas primeiras temporadas. Ela é venenosa sob medida, interfere na vida de todo mundo e mesmo que sem objetivos mais concretos, vive para infernizar os outros. Sua morte imprevisível na segunda temporada foi um golpe de mestre e deixou todo mundo que acompanhava a série de boca aberta. 

      Final da série:
     Analisando friamente  a série e deixando de lado nosso posicionamento pessoal  diante dos personagens podemos notar que seu final já estava decidido desde a primeira temporada. Sim, lá foram dadas inúmeras pistas do que estava por vir e ainda que graaaande parte dos fãs tenha ficado decepcionado com os acontecimentos do último episódio, não há como negar o quanto foi um final sincero, carregado de significados reais sobre a vida. Apesar de realista, abraçando desfechos trágicos, não considero um término infeliz, o público apenas ficou acostumado demais ao básico, quando perde um pouco o controle sobre o que acredita ser o correto acaba se frustrando. Willianson cumpriu seus planos iniciais, e ao fugir do esquema de obviedades foi coerente consigo mesmo e com a proposta da série. Ainda que tenha nos presenteado com  momentos de cortar o coração, a sua mensagem positiva de recomeço com certeza ganhou nosso afeto. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Crítica: A excelente Bates Motel

                                                                       Fonte: Divulgação
    
             Uma das séries de tv mais eletrizantes que tenho tido o prazer de acompanhar é a sensacional  Bates motel, uma grata surpresa da temporada 2012-2013. A série na verdade foi ganhando a simpatia geral bem aos poucos, pois seu anúncio pegou todo mundo meio que de surpresa. As reações iniciais ao saberem da baita empreitada que seria introduzir o assassino de Psicose, o doentio Norman Bates ao século 21 como um adolescente não foram boas. Porém o trabalho foi tão bem feito, com lances tão originais e momentos de suspense tão bacanas que a série virou hit.
             Funciona na verdade como um prequel, afinal todos já sabemos o que está por vir, mas mesmo assim, importam mais aqui as turbulências do passeio do que a chegada no ponto final. Psicose foi um grande sucesso de Alfred Hitchcock nos anos 60 e se tornou célebre por aquela cena das facadas durante o banho. Praticamente todo amante da sétima arte tem facilmente a imagem mental da mulher aos gritos e da trilha sonora utilizada no momento. Para tornar Freddie Highmore (aquele da fantástica fábrica de chocolate, lembram?) o futuro autor dessas facadas fizeram com que ele deixasse de lado seu característico sorriso largo, assumindo tons faciais dúbios, além de movimentos corporais sutis que revelam intensa perturbação mental, com contornos ainda mais sombrios nos momentos em que é excessivamente controlado pela mãe ( Vera Farmiga, ótima). Os dois compram um decadente motel  em uma cidadezinha pra lá de estranha do interior dos EUA e tentam refazer suas vidas após um misterioso incidente que culminou na morte do pai do garoto. Lá passarão a ser hostilizados pela população do local, que além de não tolerar forasteiros esconde vários segredos por debaixo dos panos. 
          Vale lembrar também que ao menos a princípio a personagem de Farmiga não é louca como pode ser subentendido nas fotos de divulgação, mas acaba colaborando com a esquizofrenia do filho com seu jeito superprotetor. Além disso, há até mesmo uma sutil e estranha tensão sexual entre os dois. A mulher no entanto tem tudo para ter a personalidade desfigurada no decorrer dos epsódios pois sem dúvida é ela que vai pagar seus pecados desde o episódio um com inúmeras provações e situações inusitadas que fogem ao seu controle. Às vezes somos impelidos pelo andar da carruagem a sentir pena da mulher, mas em outros momentos ela se torna uma pessoa intragável que merece os tormentos que enfrenta.
                      A cada episódio apresentado os roteiristas vão ganhando nossa confiança, afinal não há um sequer que não contenha cliffhangers interessantes. Não há encheção de linguiça nem episódios tediosos e sim movimentação brutal: homicídios, ameaças, um quase estupro, problemas mentais, tráfico humano, bullying, drogas e por aí vai. Nada jogado para o espectador apenas para surpreendê-lo ou chocá-lo, o roteiro é muito bem amarrado e trabalha com inúmeras possibilidades, de modo que realmente não há tédio para quem se dispor a acompanhar a trama. Bates Motel pode ser acompanhado atualmente no Brasil pela Universal.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Evangelion 3.0: Um triunfo dos animes

                                                                       Fonte: Divulgação
         Finalmente depois de taaaanto esperar, assisti ao terceiro movie do projeto Shin Evangelion. A espera foi mais que recompensada pela nova experiência que o universo de Eva me proporcionou. Como fã desde os primórdios do video-cassete e do locomotion eu simplesmente não canso de me surpreender com a longevidade alcançada pela série e este ano foram tantas as surpresas boas: Sadamoto arregaçou as mangas e resolveu terminar o mangá ao que parece em grande estilo, um trailer do quarto e último movie mostrou imagens de uma batalha sem precedentes e eu ainda acho que apesar de tudo isso há muito o que se revisitar e remexer nessa franquia. Não tem jeito, um live-action é meu sonho de consumo, ainda mais depois de ver em trailers o que Guillermo del Toro fez com o seu Pacific Rim. Mas tratemos por ora de comentar as ideias desse novo filme da saga.
          Não vou dar nenhum spoiler por aqui, mas acaba sendo necessário dizer que essa trama pula 14 anos no tempo, introduz novos personagens e apresenta um novo panorama para o mundo em que se passa a história. Agora tudo se encontra devastado, a Nerv está em ruínas e tem uma nova organização chamada Wille em seu encalço com o objetivo único de destruí-la. Terá finalmente ocorrido o terceiro impacto? Não se sabe. Aqui muita coisa permanece sem explicação mas o que mais causa estranheza é o fato dos pilotos dos Evas não terem envelhecido por algum fator inexplicável para o público.Pode-se deduzir que o quarto filme tem muito o que explicar tanto sobre esses novos mistérios quanto aos antigos. Bem, isso pode ser um problema para muitos expectadores mas em meu caso não aguardava mesmo resoluções concretas afinal encaro  Eva como um produto cultural  com tantas lacunas e possibilidades que é uma espécie de criação que se sobrepôs à imaginação de seus criadores. Por mais que venha a esforçar-se (ou não) Hideaki Anno jamais entregará um episódio final a contento para o público. Lembremos afinal que ele já tentou isso antes!
        Mas afinal o que torna esse filme um triunfo? Simplesmente o fato de tornar um universo conhecido por milhares de fãs veteranos ainda mais atrativo, mantendo-os presos pela novidade que enfim parece se apresentar, ao passo que conquista uma nova geração que até pode ter conhecimento do status de cult da série original, mas que encontrou nos filmes todos os aspectos técnicos e frescor das animações atuais. E por falar em animação a Gainax e o estúdio Khara capricharam, a pirotecnia toda lembra os moldes de um blockbuster hollywoodiano, feito para a gente se engasgar com a pipoca todo o tempo. As sequências visuais são poderosas e tão caprichadas que em determinadas cenas de ação chegam a dar nó no nosso cérebro. Ver a animação tradicional e o CGI unindo-se de forma tão fluida e com tamanha riqueza de detalhes sem dúvida é muito recompensador.
         O que vem a seguir? Muito mais espera, afinal o quarto longa deve demorar ainda a sair. Se ele fechará satisfatoriamente o que temos visto até aqui é uma incógnita. Mas afinal de contas incógnitas não são mesmo a cara de Evangelion?



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Shinjeki no kyojin: Eu recomendo!

                                                                 Fonte: Divulgação

    Dos animes da temporada de  primavera desse ano não resta dúvida alguma de que Shinjeki no Kyojin (O avanço dos titãs) está sendo o grande fenômeno que muitos previram. Baseado na série de mangás de Hajime Isayama o anime tem agradado ao público devido à união de vários fatores, começando pela a sua superior animação, muito original e intensa, com cores vibrantes e character design agradável, além de um roteiro muito bem trabalhado pelo competente estúdio production IG.
   A história parece simples, mas tem muitas passagens marcantes que ficam gravadas facilmente na memória devido ao impacto emocional que causam. Basicamente, temos uma espécie de mundo medieval onde a humanidade está sob o ataque de imensos gigantes (os tais titãs) que parecem surgir do nada e tem como único objetivo levar a devastação por onde quer que passem. Protegidos por três grandes muralhas os personagens principais Eren e sua irmã adotiva Mikasa acabam presenciando o horror de um desses ataques, quando um dos gigantes acaba devorando a mãe de Eren em uma cena brutal e muito bem conduzida. A vingança passa a ser a razão da existência do garoto, que busca a todo custo entrar nas fileiras de um exército criado para conter a ameaça dos titãs.
    Um ponto decisivo para a empreitada de uma história como essa foi sem dúvida a escolha da caracterização dos titãs. Eles causam uma profunda estranheza, são grotescos e passam de cara uma impressão de selvageria e irracionalidade. Chegam a ser propositalmente repulsivos e isso é um grande triunfo para a trama. Quando dão as caras logo nos primeiros minutos do episódio 01 o anime usa de uma habilidade fantástica para transmitir todo o horror vivido pelos personagens ao vislumbrarem suas presenças.  A destruição em larga escala que vem a seguir é tão detalhada, com lances de câmeras tão inesperados que não há como o espectador sequer piscar os olhos. A trilha sonora também é poderosa, especialmente na abertura psicodélica do anime.
      Uma curiosidade: o mangá de Shinjeki no kyojin foi  rejeitado pela poderosa shounen jump, a revista de mangás mais conhecida do planeta e com todo o sucesso conquistado pela série  posteriormente,  pode-se dizer que o troco foi muito bem dado.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

The walking dead: Comentando a série do momento

     Fonte: Divulgação
     Atualmente poucas séries tem encontrado tanta relevância na cultura pop quanto a multimidiática criação de Robert Kirkman e Charlie Adlard. Já andei resenhando a versão em quadrinhos que originou tudo, e agora chegou o momento de tratarmos da série do canal estadunidense AMC que vem conquistando cada vez mais fãs pelo mundo afora.
     Quando foi lançada a primeira temporada de TWD, o nome de Frank Darabont como produtor deixou todo mundo empolgado, afinal o homem responsável pelas grandes adaptações de Stephen King para o cinema entende bem do desafio que são adaptações de textos trazidas de outras mídias. Ele entregou uma primeira temporada convincente, com um episódio piloto digno de cinema e um final que deixou um pouco a desejar, mas que se manteve acima da média. Darabont não continuou na segunda temporada para o desgosto de muitos, mas o alicerce para me manter preso à série surgiu ali, quando a história passou a ser contada a partir da fazenda do Hershell. Uma única locação passou a abrigar a trama, que começou a desenvolver muito melhor os personagens e trouxe um final de temporada absolutamente espetacular, que pôs em risco a vida de todos os personagens em meio a uma carnificina finalmente digna da hq. Agora temos uma terceira temporada com o ambiente tenso e claustrofóbico de uma prisão e com os personagens que todo mundo mais queria ver: o terrível governador e nossa espadachim misteriosa, a Michonne.
       Comparar os personagens das duas versões é inevitável. No geral as mudanças foram relativamente boas: gosto muito de Glenn e Maggie, que realmente parecem completar um ao outro na versão para a tv, que marcou pontos positivos também quando lançou o Daryl, um anti-herói cool que não existe na hq. O governador está levemente diferente em sua apresentação, com ares mais cavalheirescos e menos palavrões,  mas por dentro mantem a mesma maldade inata da hq. Andrea tornou-se praticamente outra pessoa, Dale dançou, mas o novo esquema  funciona devido aos planos guardados para a loira. Rick achou na série um excelente intérprete, que trabalha bem as nuances que o tornam vulnerável á sua própria personalidade.
        Não seguir os passos do roteiro da hq mostrou-se um desafio e tanto, se considerarmos os fãs xiitas que não aceitavam tais mudanças, mas agora essa imprevisibilidade tornou-se um trunfo e tanto. Não dá para saber onde a história vai parar, os caminhos que se abrem são múltiplos e as boas surpresas tem se repetido ao longo dos episódios. Outro aspecto a se destacar são as boas doses de  gore que tem agradado muito aos fãs do gênero zumbi. Essas cenas abusam de boa maquiagem e efeitos manuais, mas não dispensam também uma eficiente estilização da sangueira por meio de efeitos de CGI. Vida longa a Rick Grimmes e a quem mais possa sobreviver neste mundo irresistível, assustador e muito divertido.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobre o menino do pijama listrado

                                                                          Fonte: Divulgação

       Ontem terminei de ler O menino do pijama listrado, belo romance de John Boyne que estava em uma lista de leitura à minha espera havia o maior tempão. Tinha muita curiosidade quanto a esse livro, embora já tivesse tido um contato com a história por meio do filme, que é muito bom por sinal. Mas cada mídia tem seu próprio formato, e eu felizmente não perdi meu tempo: texto simples e ao mesmo tempo tão bem escrito que me prendeu facilmente até o seu final.
      Eu gosto quando temos uma criança como protagonista de um livro para adultos. Sua visão dos acontecimentos geralmente envolve muita inocência e sensibilidade. Sempre me encanto por exemplo com o Carlinhos, do Menino de engenho e do Doidinho, duas obras de José Lins do Rego que trazem um panorama da infância em meio ao mundo rural do nordeste brasileiro. Nesses dois romances a inocência do personagem vai aos poucos sendo minada pelo meio, e uma personalidade vai se construindo ali, bem próxima de nós. Já neste livro do John Boyne um mundo muito cruel cerca o personagem Bruno, um garoto de nove anos, sem que ele se dê conta, e nosso desejo como leitores é que ele desconheça tal mundo, que viva acreditando acima de tudo na vitória do bom senso e da bondade humana, nem que para isso seja enganado tal e qual o garotinho do filme A vida é bela, lembram?
         O começo da história nos revela pouca coisa, mostrando a mudança da família de Bruno para uma propriedade rural bem distante de seu antigo lar. A não aceitação dessa mudança e a exploração do novo ambiente são o mote do início dos capítulos mas o que espera nosso pequeno herói?
      Na orelha do livro há uma frase que aconselha os leitores a não saberem muito sobre o enredo, para que sejam surpreendidos pelo que está por vir. Talvez seja mesmo o ideal para que a trama surta o efeito desejado: de susto, de lamento e de muita reflexão. Basta que você saiba que a trama se passa na Alemanha dos anos 40 e aí você já pode tirar algumas conclusões sobre o contexto histórico em que os personagens estão inseridos. Não, não vou dar spoilers! Há boas pistas do que está por vir durante os capítulos, mas é no finalzinho que tudo se encaixa com perfeição, apesar de nossa torcida eterna por finais felizes ter sido frustrada. Nem sempre porém isso é um mal sinal!

sábado, 9 de março de 2013

Monster: Uma verdadeira aula de suspense

                                                                      Fonte: Divulgação
  Monster é uma obra -prima dos mangás, escrito e desenhado pelo Naoki Urasawa, também super badalado pelo mangá 20th century boys. Contém ao todo 18 volumes e uma série animada produzida pela Madhouse com 74 episódios. Se você for apreciador de um bom suspense psicológico achou aqui um tesouro. É preciso até certa paciência para acompanhar a obra, pois os seus mistérios são apresentados sem pressa, e a tensão torna-se gradativamente mais eficaz com o decorrer da trama, uma verdadeira novela policial com toques sobrenaturais intrigantes.
  A trama tem início em um hospital da Alemanha, quando em uma noite de chuva torrencial  o jovem neurocirurgião Kenzou Tenma recebe ao mesmo tempo dois casos de extrema urgência.  Um deles é o prefeito da cidade e o outro é um garotinho com uma bala encravada no crânio. O medico precisa optar por apenas uma vida e escolhe justamente a criança, fato do qual se arrependerá pelo resto da vida! Na verdade o menino foi baleado em circunstâncias misteriosas, sendo encontrado em uma cena de homicidio cruel, na qual seus pais adotivos foram mortos e sua irmã gêmea ficou em estado de choque, pois aparentemente assistiu tudo. As coisas ficam ainda mais estranhas quando alguns dias após a cirurgia as duas crianças somem do hospital sem deixar vestígios. 
   Após um salto temporal de nove anos, a vida do Dr Tenma vai aos poucos convertendo-se em um verdadeiro inferno, pois mortes misteriosas começam a rondar o hospital o deixando sempre como um potencial suspeito.  Elas são cometidas por Johan, o garoto que nove anos atrás teve a vida salva pelo médico. Acusado pelos crimes e perseguido pela polícia alemã, o Dr. Tenma não tem alternativa: Precisa descobrir o paradeiro dos gêmeos e escapar da perseguição policial cruzando as estradas do leste europeu. Aliás, um dos grandes charmes da história consiste em sua ambientação: Desde cidades importantes do país a vilarejos poeirentos tornam a caçada do doutor muito interessante de se acompanhar. Há ainda aqui um contexto histórico muito bem pesquisado, que nos guia desde a queda do muro de Berlim a acontecimentos políticos e sociais mais recentes, não esquecendo os fantasmas do nazismo e da segunda guerra mundial.  
  Engana-se também quem pensa que por tratar-se de uma história de serial killer teremos violência gratuita e aqueles banhos de sangue típicos de animes. Nada disso, aqui o clima é de terror psicológico, sempre testando os nervos do telespectador. Para se ter uma ideia da coisa, em determinado momento da trama Johan comete uma terrível crueldade contra uma criança, destruindo sua inocência sem nenhum uso de força física. Aliás, o que pretende nosso vilão? Quem são seus pais? Não são poucos os momentos em que o autor usa de sutilezas para nos fazer acredita que Johan é o próprio anticristo, e que nasceu predestinado à promover a destruição. Das muitas passagens que trabalham essa hipótese aterradora gosto de uma em particular em que Anna, a irmã gêmea de Johan Lembra da primeira imagem que tem de seu irmão, quando os dois cruzaram a fronteira desertica da Tchecoslováquia, encontrando mortos por toda a estrada. O que raios teria acontecido ali? Sem lembranças anteriores a esse episódio, a impressão que se tem é que os irmãos surgiram do nada na Terra.
   Enfim, Monster é um respiro de originalidade no mundo dos animes e merece ser descoberto pelo público em geral. 
     

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Redescobrindo o Demolidor

Fonte: Divulgação
        Vamos falar de hqs? Venho tentando aproveitar bem essas férias para por em dia minhas leituras e isso também inclui muito gibi. Tenho descoberto muita coisa boa dos quadrinhos europeus e mesmo do panorama nacional, mas hoje o assunto é sobre um dos meus heróis preferidos da Marvel, no caso o homem sem medo conhecido como Demolidor. Com um uniforme estranho que mais lembra um demônio, já temos aqui um contraste interessante, uma vez que o personagem pratica atos de heroísmo.
         Conheci Matt Murdock na extinta Superaventuras marvel da Abril, e logo de cara senti o quanto ele é diferente de seus colegas de editora. Primeiro que ele habita uma região barra pesada de Nova Iorque conhecida como a Cozinha do inferno, e sua figura meio que se mescla a essa ambientação, criando um herói urbano, mais próximo da realidade do que figuras que enfrentam ameaças do espaço, só pra dar um exemplo. Tráfico de drogas, crimes brutais e becos sujos fazem parte da vida do herói.
Algumas características dão o tom preciso ao personagem, como por exemplo o fato dele ser cego. Isso aumenta a tensão ao passo que o torna muito humano. Seu alter ego, o advogado Matt murdock vê a justiça como algo sagrado e é cercado por coadjuvantes críveis, como o amigo fogg nelson, só pra citar o exemplo mais próximo. Há ainda em suas histórias um bem vindo tom detetivesco com crimes indissolúveis e mulheres quase sempre fatais. Abaixo cito três sagas imprescindíveis para quem não conhece o universo do herói.
                A queda de Murdock: O grande clássico do personagem, com roteiro de Frank Miller e desenhos de David Mazzucchelli (a mesma dupla de Batman: ano um). Nessa hq, a namorada do herói, a problemática Karen Page revela sua identidade ao rei do crime. O resultado é uma série de eventos que destroçam a vida do advogado cego. Ele vai comer o pão que o diabo amassou e ver de qual modo  ressurgirá das cinzas é o grande mote dessa fantástica hq.
                    Demolidor: Redenção. Aqui acompanhamos  uma trama com toques macabros, envolvendo o assassinato de uma criança em uma cidadezinha do interior americano. Entra em cena não o Demolidor, mas o próprio Matt Murdock, que precisa provar a inocência de um jovem acusado pelo crime usando todo o potencial de seu intelecto.Uma aventura densa e bastante complexa, que foge um pouco dos padrões das hqs de super heróis. Cortesia dos talentosos David Hine e Michael Gaydos                
Fonte: divulgação
                    Diabo da guarda: Essa hq mexe com aspectos interessantes do herói, como sua formação moral católica e suas sempre confusas  relações pessoais. Trata de um bebê deixado aos cuidados de Murdock por uma garota de quinze anos que inexplicavelmente sabe sua identidade secreta e revela que Matt havia sido escolhido por Deus para proteger a criança . Tentando descobrir a origem do bebê nosso herói conhece o misterioso Nicholas Macabre, que alega que a criança na verdade é o próprio anticristo. Tem início um desafio que abala a fé e a propria sanidade do advogado cego. Roteiro bacana de Kevin Smith e desenhos de Joe Quesada em uma hq moderna e repleta de reviravoltas surpreendentes.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Cinco clássicos imperdíveis da sessão da tarde (Parte 2)

           Como prometido no post anterior, abro novamente os armários da memória afetiva para escolher desta vez cinco filmes de aventura que marcaram época e animaram muuuuitas das nossas tardes de outrora. Desta vez a tarefa foi ainda mais complicada, devido à quantidade enorme de produções que poderiam encabeçar a lista. Segui o critério principal escolhendo somente filmes exibidos na sessão da tarde, o que por si só já eliminou muitos filmes com teor mais maduro. Só depois da lista pronta percebi que acabou ficando de fora aquele cinema de ação com mais testosterona  representativo dos anos 80, e que possui muitos bons títulos. Uma pena, mas acho que no geral acabei ficando satisfeito com as escolhas. Vamos então em frente:
                     5º lugar: O enigma da pirâmide (1985). Nosso jovem Sherlock Holmes não agradou tanto o grande público, passando em branco nas bilheterias, mas achou lugar cativo no coração deste cinéfilo. Dirigido por Barry Levinson, tem uma trama bem amarrada, e possui uma cena que é considerada a primeira  100 por cento digital (o chamado cgi) da história do cinema. O Responsável pela cena? John Lasseter, que mais tarde se tornaria o todo poderoso do estúdio  Pixar.

             4º lugar: Conta comigo (1986) Uma espécie de  road movie juvenil que em meio a belas paisagens e sequências muito bem filmadas nos remete poderosamente a uma mensagem que dialoga com a criança que um dia todos nós já fomos. Baseado em um conto de Stephen King onde ele deixou vir a tona boa   parte de suas experiências em uma fase difícil de sua vida, o filme tem passagens simples e ao mesmo tempo muito marcantes.  Uma verdadeira celebração à amizade e ao espírito de aventura!
            
              3º lugar: De volta para o futuro (1985) Dirigido por Robert Zemecks e produzido por Steven Spielberg, essa é realmente uma obra impressionante dos anos 80.  Tem um roteiro extremamente inteligente, que não subestima o expectador e o joga em uma viagem ao tempo com categoria, não deixando nenhum furo e oferecendo um espetáculo visual caprichadíssimo. Michael J, Fox e Christopher Loyd nasceram para seus respectivos papéis e a química que demonstraram fizeram do filme um sucesso estrondoso da época.

                   2º lugar: Os goonies (1985) Lembrado por uma legião de fãs, este longa marcou época ao nos apresentar uma aventura cativante e repleta de adrenalina. Não há nada mais anos 80 que Cindy Lauper cantando a música tema do filme e pedindo socorro ao produtor executivo Steven Spielberg. Aqui a direção ficou sob o comando de Richard Donner mas a temática do longa o aproxima tanto do Spielberg que até parece que tudo ficou a cargo dele. Ah e o "interrogatório" imposto pelos vilões ao gordinho continua uma delícia de se ver!

1º lugar: Indiana Jones e os caçadores da arca perdida (1981) Esse é realmente insuperável,  uma aventura com A maiúsculo que tornou-se um marco no cinema moderno. Surgiu da cabeça de George Lucas como uma espécie de homenagem aos filmes das matinês da década de 30 e 40, mas ganhou status próprio ao redefinir padrões: Indiana não é invulnerável, ele apanha bastante, se enche de hematomas e é um herói imperfeito. Há passagens clássicas e uma trilha sonora inconfundível. O bom humor da história foi muito bem vindo e conseguiu caminhar junto a um suspense bem trabalhado, que culmina com o momento sombrio em que a arca é finalmente aberta. Eu queria ser Indiana Jones. Pensando bem, ainda quero ser!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Cinco clássicos imperdíveis da sessão da tarde!

        Lá pelos meados dos anos 90 vivia-se um tempo em que nem todo mundo tinha video-cassete em casa, internet era coisa de ficção científica e as tardes poderiam ser  preenchidas por uma sessãozinha de cinema pela tv mesmo. Uma geração inteira estava livre da classificação indicativa e curtiu muita coisa boa/ruim produzida principalmente nos longínquos anos 80. Eu aproveitava e emendava a sessão da tarde com as séries da sessão aventura. Sim, meus caros, eu aproveitava ótimos seriados de tv para a minha idade e era livre desse suplício de fim de tarde chamado Malhação. Essa pequena lista tem uma regra: Todos os filmes tem temática voltada para adolescentes, ficam de fora então os arrasa quarteirões maravilhosos tipo Indiana Jones, que irão para uma outra lista temática que eu estou preparando. Então vamos lá:
         
            5º lugar: Um alguém muito especial (1987). Não lembra desse? Foi muuuito reprisado, tem um elenco de primeira (no caso os teens da época) e uma trilha sonora muito bacana. A temática é o amor não correspondido, muito comum nas produções dos anos 80. Na história Eric Stoltz se apaixona pela popular do colégio que nem está aí e quer mais é que ele morra. O cara não percebe que sua melhor amiga (o alguém especial do título)  também nutre por ele um amor secreto e busca sua ajuda para conquistar a pessoa errada. Direção de John Hughes. Confira ao lado a foto do elenco principal.

                                                                                                   
              4º lugar: Uma noite de aventuras (1987). Esse tem a Elizabeth Shue como uma babá que passa por vários apuros na cidade grande tendo que dar conta de uma turma de crianças e adolescentes sem que seus pais percebam esse pequeno "passeio". Tem a direção do Chris Columbus (Harry Potter e a pedra filosofal) e é um filme delicioso de se ver. Destaque para a garotinha fanática pelo Thor, o Deus do trovão da Marvel, que rende ótimos e inusitados momentos na história.



         3º lugar:  O clube dos cinco (1985) Considerado um filme símbolo da década de 80, trata de cinco adolescentes que são postos na detenção por causa de pequenas infrações. Cada um deles é um estereótipo ( a patricinha, o rebelde, o popular, a esquisita e o nerd) a ser desconstruído! Sim, aqui as obviedades são rompidas e o que se vê é quase um ensaio sobre as implicações da adolescência. Amo demais esse filme, homenageado claramente em um episódio marcante da primeira temporada de Dawsons Creek. Ah, sim e o diretor é o ótimo John Hughes.
           



                2º lugar: Karatê Kid, a hora da verdade  (1984)  Essa segunda posição foi uma escolha muuuito pessoal, e que ninguém se engane: o karatê aqui é apenas pano de fundo para uma história de auto-descoberta, amizade e superação pessoal. Acho que devo ter visto esse filme umas dez vezes! São tantos os pontos positivos da trama. Para começar tem a namoradinha que todo mundo queria ter (Elizabeth Shue), um treinamento repleto de passagens clássicas conduzido pelo eterno Sr. Myagi e cenas de ação bem executadas para manter presos os moleques. Não escapa de uma certa breguice perdoável em alguns figurinos e na música eletrônica que rege boa parte da trama. Aliás nem sei se isso é defeito, pois o torna ainda mais delicioso de se ver à medida que envelhece. Mas tem uma cena que cravou firme na memória de toda uma geração: O heroi Daniel Larusso ( Ralph Macchio) equilibrando-se em um toco de árvore na praia, treinando o golpe que o faria um vencedor. Sentimental e com uma ótima mensagem positiva, acho que mereceu a segunda posição com louvor.

1º lugar: Curtindo a vida adoidado ( 1986) Adivinhem quem é o diretor? Sim, de novo John Hughes (!) realmente um mestre dos filmes para adolescentes. Aqui novamente conseguiu-se captar com maestria os anseios de toda uma geração, construindo uma verdadeira ode à liberdade. Ferris Bueller (Matthew Broderick) é um estudante que mata um dia de aula para divertir-se. Simples assim. Só que a forma como a história é contada, e a escolha acertadíssima de Broderick no papel principal tornam a experiência única e inesquecível. São tantas as cenas do filme que ficaram arraigadas no imaginário popular que é difícil citá-as em um texto curto. A ferrari sendo destruída deixou o público de boca aberta, mas para mim nada supera Ferris cantando Twist and shout para um público enlouquecido. Realmente uma obra eterna! Ah, em futuro post os principais filmes de aventura que embalaram as tardes desse blogueiro!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dica de hq: Vampiro americano

Fonte: Divulgação
             Vampiro americano é um quadrinho do selo Vertigo lançado em 2010, que está atualmente entre as minhas hqs preferidas e que finalmente ganha aqui um post. Escrita por Scott Snyder, atiçou a curiosidade de muita gente por contar com a colaboração preciosa de Stephen King, com quem foi dividido o roteiro.  Os desenhos ficaram a cargo do brasileiro Rafael Albuquerque, que tem um traço belíssimo, perfeito especialmente para os cenários caprichadíssimos e para os momentos grotescos e assustadores exigidos pela trama.
            A hq trata do tema vampiro, tão badalado no cinema e na tv atualmente, mas inova em alguns aspectos, ganhando pontos ao devolver a aura de terror e mistério que ronda essas criaturas, tornando-as novamente o que a tradição manda que elas sejam: cruéis, mortíferas e impiedosas. Bram Stoker ficaria orgulhoso. O personagem principal já dá o tom do que nos espera: Skinner Sweet, o primeiro vampiro da América tem uma personalidade odiosa e suas perversidades não cansam de surpreender o leitor. 
        Fonte: Divulgação
           A história é apresentada por meio de dois momentos distintos: na Hollywood de 1925, onde acompanharemos o calvário da bela e ingênua Pearl Jones, uma aspirante a atriz que tem sua existência totalmente arruinada após ser atacada e transformada em vampira, e no velho oeste, em 1880 quando acompanharemos a origem de Skinner Sweet. Scott Snyder cuida da primeira parte, caprichando nos diálogos e reconstituindo o ambiente de glamour e intrigas onde o cinema americano começa a florescer.      Tudo muito bem pesquisado, com referências a artistas e filmes do período. King ficou com a segunda parte e também deu seu show, mesclando com perfeição o terror com o tema western e trazendo as caracterizações precisas que tanto gostamos de ver em seus romances.
           Importante ressaltar que além do sangue, dos sustos e da violência da história, há sutilezas que nos permitem reflexões sobre as contradições do comportamento humano, e que nos revelam algumas facetas da sociedade norte-americana. Recomendado!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Evangelion 3.0: O que vem por aí

                                                                                Fonte: Divulgação
 Os fãs ocidentais de EVA (eu incluso) estão no aguardo do terceiro filme da tetralogia (será que esse é mesmo o nome?), que simplesmente arrasou nos cinemas japoneses nesse fim de 2012, tornando-se o filme mais assistido do ano por lá.  Muito merecido aliás, pois o merchandising tem sido muito bem feito. Gainax e estúdio Khara fizeram a festa e estão nadando em dinheiro. Para todo mundo ter um gostinho do que esperar soltaram um vídeo de seis minutos absolutamente incrível com a Asuka estraçalhando um angel. Sem dúvida sabem como atiçar a curiosidade do público, não é a toa que apesar de tão  longeva e de permanecer problemática sob certos aspectos, a série continua a fazer novos fãs e de manter presos os que a conheceram nos longínquos anos 90.
Se você não conhece o anime, há um post em que faço uma espécie de resenha sobre ele. Dá uma olhada por lá. Se já o conhece, melhor ainda, pois procuro aqui comentar o que há de mais novo sobre a série. 
 Esses quatro filmes que recontam e procuram dar um final decente à história certamente são a atual cereja do bolo, mas ressalto aqui a continuação do mangá pelo Sadamoto como um fator preponderante para a popularidade da trama, que aliás continua com um dos traços mais bonitos que já vi em um mangá. Tem coisas que só são possíveis no Japão:  o autor, Yoshiyuki Sadamoto teve todo o tempo do mundo para dar seguimento á história. Chegou inclusive a fazer um grande hiato e deixou todo mundo esperando por anos, publicando aqui e acolá quando bem quis, e mesmo assim continuou vendendo horrores por lá.  Ele tem seus méritos, pois apresenta os acontecimentos de modo linear e com a clareza que faltou em alguns pontos do anime clássico. No Brasil a JBC está praticamente acompanhando a publicação japonesa. E para quem não acompanhou o mangá pela Conrad teve aqui  uma excelente oportunidade com a republicação desde o seu  início pela nova editora. 
Voltando aos filmes eu sinceramente nem sei o que esperar direito daqui para a frente. Para segurar o interesse deram um aperitivo de quem seriam os novos personagens de EVA através de uma imagem com várias silhuetas. (essa imagem aí ao lado). Isso em novembro de 2011! Tome especulações. Agora já nos mostraram quem são e descobrimos que há entre eles personagens que achávamos que eram novos, mas que são nossos velhos conhecidos, depois de ganharem um novo visual. Não se sabe ao certo se essas mudanças refletem uma passagem de tempo significativa para a trama. Estou quase apostando que sim. Dêem uma olhadinha aí no antes e no depois!