quinta-feira, 14 de abril de 2011

Dawson's Creek: Saudades de Capeside


 Fonte: Divulgação

 Havia uma boa razão para me ligar nas tardes de sábado da globo lá pelo final dos anos 90: a série  para adolescentes Dawson's Creek. Lembro que comecei a acompanhar por acaso, apenas a partir do segundo episódio da primeira temporada. Logo de cara algo me fisgou para o universo da pequena e pacata Capeside: Teria sido a música da abertura? Os personagens plausíveis e o texto bem sacado? Ou as belas imagens do pôr do sol na nostálgica cidadezinha?   
Creio que foi uma junção de todos esses fatores, mais a inovação de parar de retratar os jovens com um caminhão de clichês. A opção mais que acertada de deixar de lado gírias e pôr na linguagem um senso de maturidade agradou em cheio o público. Sinceramente eu saboreava cada frase, me deliciando com a fina ironia e o senso prático dos personagens.
Para quem não conhece, eis um resuminho: Dawson é um adolescente apaixonado por cinema , que sonha em tornar-se um grande diretor. Seu grande ídolo é ninguém menos que Steven Spielberg e é preciso a superação de muitos obstáculos até que seu sonho se realize...Ou se destrua. Joey é a amiga de infância secretamente apaixonada por Dawson e passa por uma realidade difícil após a morte da mãe e a prisão do pai por tráfico de drogas. A garota era interpretada com paixão pela hoje esposa do Tom Cruise, a Katie Holmes. Tem ainda Pacey, o eterno garoto problema que não consegue se ajustar a nada e ainda começa polemizando ao iniciar um relacionamento com a  professora. E por fim Jen, a garota que aprontou todas em Nova Iorque e foi enviada pelos pais a uma temporada forçosa na casa da avó. Os quatro são a alma da série, e torna-se impossível não se colocar no lugar deles em diversas situações propostas pelos roteiristas.
O criador da série Kevin Willianson diz ter colocado na série um pouco daquilo que ele próprio viveu quando adolescente, na Carolina do Norte. esse toque de autobiografia foi ao que tudo indica o responsável por tornar a série tão plausível. Pena que a partir da terceira temporada ele entregue o roteiro a terceiros. É possível sentir a diferença! Portanto, embora satisfatórias a terceira temporada em diante não possui tanto  carisma  quanto as duas primeiras, exibidas na globo.
No mais temos boa música à vontade, com a tradução feita pela globo em legendas, como era hábito em suas séries mais antigas. Pra quem curte cinema então, a série é uma delícia, com títulos de episódios homenageando filmes e citações diversas feitas pelos personagens. Destaque ainda para os episódios de halloween, sempre muito bem bolados e divertidos. 
Para terminar, como esquecer as paisagens exibidas na série? O lago e o pequeno pier que separam as casas de Dawson e Joey, a praia e as gaivotas no pequeno porto, o pôr do sol entre as árvores e as margens do riacho. Saudades de Capeside!


terça-feira, 12 de abril de 2011

Smallville: Ame-a ou deixe-a!

  Fonte: Divulgação

Smallville realmente carrega em si o título do post: ou você a ama ou você a joga pra escanteio. Já fiz as duas coisas: fiquei inicialmente vidrado na série,  mas logo me irritei  totalmente com ela. Resolvi com o tempo dar outra chance, a acolhi com carinho... pra logo voltar a deixá-la. Nem lembro em qual temporada a abandonei, acho que foi quando Michael Rosenbaum, o nosso amigo Lex Luthor saltou fora. Neste post vou expor quais na minha opinião são os pontos positivos e negativos que tanto influenciam nossa vontade em acompanhar as aventuras do Clark.
Quando surgiu a dez temporadas atrás Smallville trazia dois trunfos: agradava tanto os aficionados pelos heróis da DC quanto o público feminino. Assim, enquanto uns vibravam a cada citação mínima ao universo de super heróis, outros empolgavam-se pelos momentos love da trama. Ao apresentar situações corriqueiras do cotidiano estudantil americano trazia certa melancolia que me lembrava o roteiro leve de séries como Dawson's Creek, que será tema de algum futuro post. Ok, precisava-se de público, e o resultado agradou gregos e troianos. Descoberta de poderes servindo de paradoxo a dramas da adolescencia? Ok,temos de bullying a mudanças no corpo. Momentos com efeitos bullet time à vontade pra molecada?Ok, legal. Mas afinal, quando foi que  coisa toda começou a desandar? Quando esses mesmos elementos tornaram-se insuportavelmente repetitivos.   
Lembrando ainda que alguns personagens eram excelentes, e outros tornaram-se um porre no decorrer da história. Lana Lang no início era um doce. O problema foram as múltiplas facetas: estudante popular, dona do Talon, casada, dona de casa, super heroína. Aí não deu mais pra aguentar a moça. Outra que decepcionou foi a Lois. Apesar da Erica Durance ser uma boa atriz, o exagerado ar de petulância não combinou com a personagem, que aliás parecia muito velha para o papel. Pontos fortes mesmo foram Lex, muito bem construído desde o início e Chloe, personagem criada para a série que conquistou seu espaço na mitologia do Superman. Durante um tempo até torci para que Chloe, repórter desde o colegial assinasse em sua primeira matéria no Diario Planeta como Lois Lane. Seria uma revelação e tanto, mas as esperanças acabaram com a entrada da Erica. Quanto a Tom Welling, este deu conta do recado, trouxe um Clark coerente, e é mesmo uma pena que ao que tudo indica, ficará marcado com o estigma do personagem. Faça lá quaquer papel e sua presença nos remeterá ao Superboy.
Aos poucos o esquema de vilão da semana proposto pela série na primeira temporada cansou o público, e aí entraram os arcos ligados à mitologia do herói: a descoberta da fortaleza da solidão foi talvez o melhor deles. Esses arcos foram dando passagem à aparição de outros heróis, o que mostrou-se uma característica marcante para a série. O problema foi mesmo o rumo das coisas após a saída do vilão-mor Lex. Tirar a lana também deu trabalho: a perda da mocinha poderia descaracterizar a série e mandar ao espaço boa parte da audiência que torcia pelo romance dos protagonistas.
Enfim, entre erros e acertos fica a certeza de que a série, apesar de seus bons momentos poderia ter sido muito melhor se tivesse sido um pouco mais curta. Eis um ato de sensatez negado ao público pelos seus produtores.