segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sobre o menino do pijama listrado

                                                                          Fonte: Divulgação

       Ontem terminei de ler O menino do pijama listrado, belo romance de John Boyne que estava em uma lista de leitura à minha espera havia o maior tempão. Tinha muita curiosidade quanto a esse livro, embora já tivesse tido um contato com a história por meio do filme, que é muito bom por sinal. Mas cada mídia tem seu próprio formato, e eu felizmente não perdi meu tempo: texto simples e ao mesmo tempo tão bem escrito que me prendeu facilmente até o seu final.
      Eu gosto quando temos uma criança como protagonista de um livro para adultos. Sua visão dos acontecimentos geralmente envolve muita inocência e sensibilidade. Sempre me encanto por exemplo com o Carlinhos, do Menino de engenho e do Doidinho, duas obras de José Lins do Rego que trazem um panorama da infância em meio ao mundo rural do nordeste brasileiro. Nesses dois romances a inocência do personagem vai aos poucos sendo minada pelo meio, e uma personalidade vai se construindo ali, bem próxima de nós. Já neste livro do John Boyne um mundo muito cruel cerca o personagem Bruno, um garoto de nove anos, sem que ele se dê conta, e nosso desejo como leitores é que ele desconheça tal mundo, que viva acreditando acima de tudo na vitória do bom senso e da bondade humana, nem que para isso seja enganado tal e qual o garotinho do filme A vida é bela, lembram?
         O começo da história nos revela pouca coisa, mostrando a mudança da família de Bruno para uma propriedade rural bem distante de seu antigo lar. A não aceitação dessa mudança e a exploração do novo ambiente são o mote do início dos capítulos mas o que espera nosso pequeno herói?
      Na orelha do livro há uma frase que aconselha os leitores a não saberem muito sobre o enredo, para que sejam surpreendidos pelo que está por vir. Talvez seja mesmo o ideal para que a trama surta o efeito desejado: de susto, de lamento e de muita reflexão. Basta que você saiba que a trama se passa na Alemanha dos anos 40 e aí você já pode tirar algumas conclusões sobre o contexto histórico em que os personagens estão inseridos. Não, não vou dar spoilers! Há boas pistas do que está por vir durante os capítulos, mas é no finalzinho que tudo se encaixa com perfeição, apesar de nossa torcida eterna por finais felizes ter sido frustrada. Nem sempre porém isso é um mal sinal!

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