terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sobre o imortal Sherlock Holmes

                                                              Fonte: Divulgação
      Um dos personagens  mais marcantes entre os clássicos universais é o notório detetive inglês criado por Sir Arthur Conan Doyle. Quem nunca ouviu falar dele? Ainda mais nos tempos atuais onde além de encontrá-lo em seus livros, existem tantas adaptações para o cinema, a tv e mesmo os quadrinhos.  É impossível não formar uma imagem mental instantânea ao ouvirmos qualquer citação a Holmes. Velho conhecido desde minha adolescência, tive um primeiro contato com ele logo em sua aventura mais "exótica", onde  enfrenta uma espécie de besta sanguinária que persegue uma família nas charnecas inglesas. "O cão dos baskerville"  me fisgou de vez para as tramas policiais de Doyle, que passei  a acompanhar com entusiasmo.
        As narrativas de Doyle são inteligentes e metódicas, e embora na maioria das vezes não partam para uma ação física mais ousada oferecem um clima soturno onde o poder imaginativo do autor mantém o leitor como refém .O uso do dr. Watson como contraponto aos raciocínios de Holmes é sempre fantástico, pois ao passo que não rebaixa o intelecto do médico, põe a ele e a nós leitores no papel de observadores de uma habilidade dedutiva tão superior que é quase algo sobrenatural.
        As muitas adaptações da obra de Doyle para outras mídias costumam tomar liberdades quanto aos aspectos mais característicos da personalidade de Holmes. No filme estrelado por Robert Downey Jr por exemplo, o herói de ação prevalece, já na série Elementary Sherlock tem surtos que o tornam uma espécie de dr House detetivesco. Tais obras podem ter seus méritos, mas deixam escapar aquele sutil tom de desinteresse do personagem pela realidade que o cerca, tão marcante nos textos de Doyle. Há em Sherlock um certo ar blasé,  que enxerga o cotidiano como um mar de futilidades e só encontra alento quando um crime engenhoso o desperta. 
       Ontem tive contato com uma nova perspectiva para as aventuras de Holmes: comecei a ler o Nuvem da morte,  um livro de Andrew Lane, autor atual que trata das aventuras de um jovem Sherlock que com apenas quatorze anos vive cercado por perigosas investigações.  É o primeiro de uma série sobre a adolescência do personagem, portanto deve haver aí algum desejo implícito de transpor as aventuras para o cinema . 
       Antes de qualquer coisa, confesso que não me empolguei tanto com a ideia de rejuvenescer o herói, algo na empreitada me fez lembrar um pouco da antiga série o jovem Indiana jones, premissa legal e ao mesmo tempo muito mal executada que acabou se tornando um retumbante fracasso. Aliás, há ainda o filme O enigma da pirâmide que já abordou a temática e não obteve resultado significativo. Não que o filme seja ruim, apenas não encontrou respaldo do público. No entanto, a atmosfera que o autor do livro apresentou até onde pude ler soa nostálgica e ao mesmo tempo tem um toque sombrio muito bem vindo. Sei que é melhor terminar o livro primeiro para tecer qualquer comentário, mas a impressão inicial foi muito boa, não soa como fanfiction barata e seu texto tem indiscutível qualidade. Vamos dar tempo ao tempo por enquanto.
         


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