terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma luzinha de vaga-lume


Olhaí nosso querido vaga-lume hippie!
Esse post vai para os que já passaram dos vinte anos, mas se você não se encaixa nesse perfil pode ir se aconchegando também, afinal vale a pena conhecer ou relembrar uma série de livros feita especialmente "para incentivar e criar o gosto pela leitura, com histórias eletrizantes, cheias de ação, com suplemento de atividades ", como dizia na contracapa. E olhe que que nem precisei rever nada para lembrar dessa propaganda contida no final dos livros, tão viva ficou marcada na memória desse entusiasmado  jovem leitor.
Com ilustrações repletas de vigor, eis nossa ilha

Criada a partir da década de 70, a série é composta por mais de uma centena de livros, todos voltados ao público infanto-juvenil, e tem como símbolo a figura de um vaga-lume hippie, que como o camundongo Mickey evidentemente também modernizou-se com a passagem do tempo.
      O primeiro desses livros  que eu li foi a um trilhão de anos atrás, e foi justamente um drama bem choroso do Jair Vitória: Zezinho, o dono da porquinha preta. Além de marejar os olhos com pena do menino que tudo sofria devido à amizade que nutria pela porquinha, ainda morria de medo da figura do pai dele, um homem rude e intratável que  em determinado momento da história ameaça e parte para os finalmentes, dando uma surra de cinto no filho. Lembro que fiquei perplexo com a leitura da cena, acho que não esperava que isso viesse a acontecer em uma história para crianças. O final feliz que veio depois realmente me emocionou muito, mas não foi  exatamente esse drama que me fez tão fã da série: A ilha perdida foi a leitura mais emblemática da minha quinta série, tanto que acho que foi o livro que mais reli na minha vida. Aventura com A maiúsculo e inocência de sessão da tarde, tem elementos que agradam em cheio os moleques, além de uma certa tensão sob medida para os jovens leitores. A partir daí não parei mais, li a série praticamente inteira, poucos livros me escaparam. Minha mãe sabiamente os usava como escambo para me fazer realizar tarefas chatas, ir ao dentista, fazer exame de sangue e etc.
           É bom ressaltar que os autores da vaga-lume seguiam uma linha própria de criação que acaba os caracterizando e nos fazendo escolher qual deles amamos mais. Alguns para mim são lendários: Maria José Dupré, do já citado Ilha perdida carrega consigo boa parte do espírito da série, embora tenha publicado nela apenas dois livros. Ofélia e Narbal Fontes, o casal que amava trabalhar temas históricos também me encantava, assim como o seu compadre de tramas Francisco Marins, que também buscava nos sertões brasileiros inspiração para suas aventuras. lúcia Machado de Almeida, era outra ótima  autora, que para mim deu umas escorregadelas em suas histórias do herói Xisto, mas que compensou ao me surpreender e aterrorizar com o seu (pasmem!) serial killer em O escaravelho do diabo. Outro autor digno de nota era o criativo Marcos Rey, um ótimo autor de tramas de suspense investigativo, talvez um dos mais prolíficos e lembrados autores da coleção.
              Aliás, finalmente O mistério do cinco estrelas, clássico absoluto do Marcos Rey está ganhando versão no cinema. Antes tarde do que nunca não é mesmo? O escaravelho do diabo também está em fase de produção a um tempão, espero que o projeto dê certo, pena que esse tipo de coisa anda no Brasil a passo de tartaruga. Acho que até agora o único livro da série a ganhar outras mídias foi o Éramos seis, que tornou-se uma popular novela no SBT. E você, também curtia a série? Qual o seu favorito?