quinta-feira, 11 de julho de 2013

Crítica: A excelente Bates Motel

                                                                       Fonte: Divulgação
    
             Uma das séries de tv mais eletrizantes que tenho tido o prazer de acompanhar é a sensacional  Bates motel, uma grata surpresa da temporada 2012-2013. A série na verdade foi ganhando a simpatia geral bem aos poucos, pois seu anúncio pegou todo mundo meio que de surpresa. As reações iniciais ao saberem da baita empreitada que seria introduzir o assassino de Psicose, o doentio Norman Bates ao século 21 como um adolescente não foram boas. Porém o trabalho foi tão bem feito, com lances tão originais e momentos de suspense tão bacanas que a série virou hit.
             Funciona na verdade como um prequel, afinal todos já sabemos o que está por vir, mas mesmo assim, importam mais aqui as turbulências do passeio do que a chegada no ponto final. Psicose foi um grande sucesso de Alfred Hitchcock nos anos 60 e se tornou célebre por aquela cena das facadas durante o banho. Praticamente todo amante da sétima arte tem facilmente a imagem mental da mulher aos gritos e da trilha sonora utilizada no momento. Para tornar Freddie Highmore (aquele da fantástica fábrica de chocolate, lembram?) o futuro autor dessas facadas fizeram com que ele deixasse de lado seu característico sorriso largo, assumindo tons faciais dúbios, além de movimentos corporais sutis que revelam intensa perturbação mental, com contornos ainda mais sombrios nos momentos em que é excessivamente controlado pela mãe ( Vera Farmiga, ótima). Os dois compram um decadente motel  em uma cidadezinha pra lá de estranha do interior dos EUA e tentam refazer suas vidas após um misterioso incidente que culminou na morte do pai do garoto. Lá passarão a ser hostilizados pela população do local, que além de não tolerar forasteiros esconde vários segredos por debaixo dos panos. 
          Vale lembrar também que ao menos a princípio a personagem de Farmiga não é louca como pode ser subentendido nas fotos de divulgação, mas acaba colaborando com a esquizofrenia do filho com seu jeito superprotetor. Além disso, há até mesmo uma sutil e estranha tensão sexual entre os dois. A mulher no entanto tem tudo para ter a personalidade desfigurada no decorrer dos epsódios pois sem dúvida é ela que vai pagar seus pecados desde o episódio um com inúmeras provações e situações inusitadas que fogem ao seu controle. Às vezes somos impelidos pelo andar da carruagem a sentir pena da mulher, mas em outros momentos ela se torna uma pessoa intragável que merece os tormentos que enfrenta.
                      A cada episódio apresentado os roteiristas vão ganhando nossa confiança, afinal não há um sequer que não contenha cliffhangers interessantes. Não há encheção de linguiça nem episódios tediosos e sim movimentação brutal: homicídios, ameaças, um quase estupro, problemas mentais, tráfico humano, bullying, drogas e por aí vai. Nada jogado para o espectador apenas para surpreendê-lo ou chocá-lo, o roteiro é muito bem amarrado e trabalha com inúmeras possibilidades, de modo que realmente não há tédio para quem se dispor a acompanhar a trama. Bates Motel pode ser acompanhado atualmente no Brasil pela Universal.

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