Fonte: divulgação
Ultimamente não tenho lido muitos quadrinhos que tenham me chamado a atenção. Ontem porém, uma obra-prima moderna caiu em minhas mãos. O título namor: As profundezas, da marvel simplesmente tirou meu fôlego!
A linha marvel knights publica séries com teor mais adulto. Acaba muitas vezes acertando ou errando, dependendo do roteirista e de sua visão do que seja um "quadrinho adulto". Afinal ele pode entender como adulta uma história onde possa haver violência e nudez à vontade, ou por outro lado, tratar de temas mais reflexivos e voltados à natureza das ações humanas, o que não encontraria tanto espaço em tramas de super heróis normalmente escritas para adolescentes. Dessa linha adulta eu curti muito uma assombrosa série do Demolidor chamada diabo da guarda, que trata essencialmente de nossa relação com Deus, e outra do Thor, intitulada Loki que nos propõe a questão: quando conquistamos tudo, o que sobra para nos permitir continuar vivos? Já o príncipe submarino nunca havia chamado minha atenção. Dele só sabia uma coisa: tinha um temperamento exageradamente explosivo.
Pois o que fizeram na história As profundezas foi algo simples e absolutamente genial: apresentaram uma visão de como seria o lorde de Atlântida se ele realmente existisse. Óbvio que ele não estaria muito a fim de bate papo com os seres humanos, por isso afundaria navios, provocaria cataclismos marítimos e aniquilaria qualquer um que soubesse da existência do continente submerso. E é justamente uma expedição submarina n que explora uma área não mapeada do oceano que iremos acompanhar. O local é conhecido como fossa das Marianas e não existe no planeta nenhum outro lugar de águas tão profundas e escuras. Se há qualquer possibilidade da existência de uma civilização submersa é justamente nas chamadas águas negras que a hipótese pode ser experimentada.
A ação tem os moldes de um romance aventuresco de Júlio Verne: o homem e o seu encontro com o desconhecido. No entanto, o líder da expedição, o dr Stein não contava com a loucura que pode abater-se sobre a mente humana em condições extremas. Além da claustrofobia realmente insuportável da trama há os desafios da convivência: sete homens podem ter comportamentos diversos diante de situações imprevistas. Aliás, não há como não nos remetermos a clássicos do cinema como Alien, pois na história em questão também há um oitavo e assombroso passageiro, que deixa pegadas de água salgada em um submarino onde não há a mais remota possibilidade da água conseguir penetrar. Aí está um trunfo do roteiro, namor aqui não tem nada de super herói, ele é essencialmente uma entidade submarina repleta de fúria e poder. Quase não dá as caras, aparecendo por meio de vultos e sombras, mas quando surge diante de seus inimigos, é de uma imponência espetacular. Digna de nota é ainda a atmosfera essencialmente masculina dos diálogos, o confronto entre a racionalidade e o sobrenatural proposto pela história e os desenhos realistas e impressionantes de Esad Ribic. Show de bola mesmo!
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