domingo, 24 de julho de 2011

Comentando X-men primeira classe

 Fonte: divulgação
Sempre apreciei muito os quadrinhos dos X-men. Primeiro pelo fato da Marvel não abrir mão na essência das histórias dos personagens a questão do preconceito. Paralelos com o mundo real são comuns nas histórias dos mutantes. No entanto muitos (eu inclusive) torceram o bico quando a notícia de que um filme enfocando os primeiros dias do instituto Xavier estava sendo cogitado pela Fox. Na verdade era dificil retomar a franquia com o elenco estelar anterior e a opção que parecia mais rentável para o estúdio seria partir de um outro ponto da cronologia dos heróis, ou seja o chamado reboot. Pois bem, a ideia funcionou e o espetáculo vale a pena.
Para mim o grande acerto do filme foi a escolha do elenco. James McAvoy está perfeito como Xavier e o Magneto de Michael Fassbender é simplesmente arrebatador. Boa parte do filme trabalha a questão do relacionamento de amizade entre os dois, e as visões de mundo antagônicas que cada um possui. Não há maniqueísmos tolos, e até determinado ponto é compreensível o modelo de pensamento de Magneto.
A trama engloba acontecimentos da guerra fria e mostra Sebastian Shaw (Kevin Bacon) manipulando tanto  EUA quanto Rússia a fim de que tenha início uma guerra nuclear. O momento coincide com a descoberta dos primeiros mutantes pela CIA. O filme vai se desenrolando, o expectador vai prendendo sua atenção e o clímax é emocionante. Realmente, uma grata surpresa dessa temporada.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Top cinco: Romances brasileiros

Fonte: Divulgação

Atendendo a um pedido, resolvi postar também um top cinco dos melhores romances brasileiros que já li. Sim, contrariando as ideias de leitores preconceituosos há bons autores nacionais, e existem ótimos romances clássicos cheios de aventura que só precisam de um espacinho em sua biblioteca e em seu coração.Então vamos á lista:
5º Colocado: A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Começo com uma historinha bem água com açúcar, mas que tem um charme todo especial por ser considerado o nosso primeiro romance. A trama se passa no Rio de Janeiro de 1840, mais precisamente na ilha de Paquetá, onde boa parte da sociedade é convidada para um fim de semana de descanso e divertimento. Lá conheceremos o namorador Augusto e Carolina, a tal moreninha do título. Começa então em ritmo bem leve uma série de pequenas intrigas amorosas que nos apresentam a classe estudantil da qual o autor já havia feito parte. Uma comédia romântica leve e divertida que encanta leitores há gerações e que li quando fazia o segundo ano do ensino médio. Podemos dizer que foi praticamente ontem :]
4º Colocado: O cabeleira, de Franklin Távora. Este é para quem curte histórias de cangaço. Tem perseguições, cidades aterrorizadas, momentos de tensão e crueldade, cerco a fazendas, volante em ação e muito tiroteio por esse sertão. Foi adaptado em uma hq desenhada por Hiroshi Maeda que recebeu diversos prêmios a uns dois ou três anos atrás. Ilustra nosso post justamente uma imagem desse álbum maravilhoso.
3º Colocado: O tronco do ipê, de José de alencar. O livro começa nos mostrando uma antiga fazenda com fama de mal assombrada, e volta no tempo para nos contar a história de seus moradores. Dividido em duas fases, na primeira temos crianças como personagens principais. Nesse início do romance há momentos de muita ternura que comovem e enternecem o leitor, mas que são logo substituídas pelas cenas de um violento afogamento sofrido por uma das crianças, cujo desenlace será crucial para o desenrolar da trama. Com maestria o autor faz pulos temporais deixando os leitores aflitos pela resolução do acidente que mudará para sempre a vida das crianças.
2º colocado: Menino de engenho, de José Lins do Rego. Uma narrativa sobre a infância de um menino, passada em um engenho de açúcar próximo ao Recife. Eis uma história simples que nos fala diretamente ao coração sem ser piegas, é nostálgica, tem episódios bem estruturados e nos mostram o quanto nossos primeiros anos são decisivos para nossa formação pessoal.
1º colocado: O guarani, de José de Alencar. Tá aí nosso primeiro lugar: um verdadeiro romance épico. Sempre achei que a história de Peri e Cecília merecia um filme nos moldes hollywoodianos, ou mesmo uma animação de qualidade. Leitura obrigatória para quem curte uma boa trama de aventura, o livro conta a história do jovem índio Peri, que serve a família dos Marizes, colonizadores portugueses cuja casa é uma verdadeira fortaleza encravada em um rochedo. A época e o cenário são fundamentais para o desenrolar do drama que se seguirá. O Brasil é um país em formação e a civilização confronta o mundo selvagem. Cecília é a filha dos Marizes, por quem Peri se apaixona e é capaz dos maiores atos de heroísmo possíveis. Como nos melhores westerns, há ataques de sanguinários índios selvagens, bandidos em busca de mapas de tesouro, motins e perseguições na selva que põem a vida de Cecília em risco a todo momento e prenunciam uma catástrofe ao final do livro. Emocionante, dramático e espetacular em  sua execução. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Top Cinco: livros de aventura

                                                               Fonte: divulgação
 Me pediram uma dica sobre alguns livros de aventura que eu tenha gostado. Para mim, uma boa aventura  deve apresentar personagens carismáticos e ambientes inóspitos, mas acima de tudo deve tratar da condição humana frente a situações de risco. Pois bem, aí vão cinco obras espetaculares, que além de superarem todas as minhas expectativas são verdadeiros clássicos universais escritos por autores maravilhosos.
5º colocado: Coração das trevas, de Joseph Conrad. Já foi adaptado ao cinema com o título de Apocalipse now (preciso ver). É uma obra que disfarça um estudo da alma humana num roteiro aventuresco. Marlow recebe a missão de localizar Kurtz, lendário caçador de marfim nas profundezas do Congo. O que ele encontrará é um mundo sem regras, desumano e cruel dominado pelos impulsos tirânicos de um homem que perdeu a humanidade.
4º colocado: A narrativa de Arthur Gordon Pyn, de Edgar Allan Poe. Apesar de apresentar uma narrativa descritiva demais em alguns trechos mais longos, o leitor é fisgado por essa trama de naufrágio e sobrevivência  em um ambiente terrivelmente inóspito.Vale lembrar que Poe é um mestre da literatura de terror gótica e aqui ele nos presenteia com sequencias de revirar o estômago.
3º colocado: Os filhos do capitão Grant, de Júlio Verne.Uma mensagem encontrada em uma garrafa é a única pista do paradeiro do capitão Grant. O problema é que a água do mar apagou parte do texto e é preciso verificar em diferentes latitudes e longitudes de onde partiu o pedido de socorro. Cabe á coragem dos filhos do capitão enfrentar mares em fúria, atravessar desde as regiões da Patagônia aos desertos da Austrália, sofrerem motins e traições embalados numa  narrativa ágil e repleta de crossovers com as criações de outros livros de Verne.    
2º colocado: A ilha misteriosa, também de Verne. Devo agradecer ao amigo Marcel, que tempos atrás herdou uma coleção com todos os livros do Júlio Verne. Esse autor é maravilhoso e seu nome é sinônimo de aventura em toda parte  do mundo. O primeiro livro que  meu amigo me emprestou foi justamente esse da ilha deserta, onde cinco náufragos precisam sobreviver ao passo em que enfrentam uma presença invisível que os espreita em todos os seus passos. Além disso há um misterioso monstro (!!!) que também parece cercá-los sem nunca revelar-se. Um doce se você lembrou de Lost.
1º colocado: O lobo do mar, de jack London. Aqui temos um romance absolutamente espetacular.O autor de caninos brancos tem preferência por histórias onde a civilização e o mundo selvagem confrontam-se. Neste texto de 1904 temos um jovem intelectual que é recolhido por um navio em alto mar após sofrer um naufrágio. O problema é que ele vai precisar lidar com o autoritarismo do capitão Lobo Larsen e descobrir que na lei do mar não há espaço para os fracos. Texto magnifico, não há como abandonar a leitura até o seu final. No próximo top cinco, romances brasileiros que merecem ser redescobertos.