terça-feira, 21 de maio de 2013

Evangelion 3.0: Um triunfo dos animes

                                                                       Fonte: Divulgação
         Finalmente depois de taaaanto esperar, assisti ao terceiro movie do projeto Shin Evangelion. A espera foi mais que recompensada pela nova experiência que o universo de Eva me proporcionou. Como fã desde os primórdios do video-cassete e do locomotion eu simplesmente não canso de me surpreender com a longevidade alcançada pela série e este ano foram tantas as surpresas boas: Sadamoto arregaçou as mangas e resolveu terminar o mangá ao que parece em grande estilo, um trailer do quarto e último movie mostrou imagens de uma batalha sem precedentes e eu ainda acho que apesar de tudo isso há muito o que se revisitar e remexer nessa franquia. Não tem jeito, um live-action é meu sonho de consumo, ainda mais depois de ver em trailers o que Guillermo del Toro fez com o seu Pacific Rim. Mas tratemos por ora de comentar as ideias desse novo filme da saga.
          Não vou dar nenhum spoiler por aqui, mas acaba sendo necessário dizer que essa trama pula 14 anos no tempo, introduz novos personagens e apresenta um novo panorama para o mundo em que se passa a história. Agora tudo se encontra devastado, a Nerv está em ruínas e tem uma nova organização chamada Wille em seu encalço com o objetivo único de destruí-la. Terá finalmente ocorrido o terceiro impacto? Não se sabe. Aqui muita coisa permanece sem explicação mas o que mais causa estranheza é o fato dos pilotos dos Evas não terem envelhecido por algum fator inexplicável para o público.Pode-se deduzir que o quarto filme tem muito o que explicar tanto sobre esses novos mistérios quanto aos antigos. Bem, isso pode ser um problema para muitos expectadores mas em meu caso não aguardava mesmo resoluções concretas afinal encaro  Eva como um produto cultural  com tantas lacunas e possibilidades que é uma espécie de criação que se sobrepôs à imaginação de seus criadores. Por mais que venha a esforçar-se (ou não) Hideaki Anno jamais entregará um episódio final a contento para o público. Lembremos afinal que ele já tentou isso antes!
        Mas afinal o que torna esse filme um triunfo? Simplesmente o fato de tornar um universo conhecido por milhares de fãs veteranos ainda mais atrativo, mantendo-os presos pela novidade que enfim parece se apresentar, ao passo que conquista uma nova geração que até pode ter conhecimento do status de cult da série original, mas que encontrou nos filmes todos os aspectos técnicos e frescor das animações atuais. E por falar em animação a Gainax e o estúdio Khara capricharam, a pirotecnia toda lembra os moldes de um blockbuster hollywoodiano, feito para a gente se engasgar com a pipoca todo o tempo. As sequências visuais são poderosas e tão caprichadas que em determinadas cenas de ação chegam a dar nó no nosso cérebro. Ver a animação tradicional e o CGI unindo-se de forma tão fluida e com tamanha riqueza de detalhes sem dúvida é muito recompensador.
         O que vem a seguir? Muito mais espera, afinal o quarto longa deve demorar ainda a sair. Se ele fechará satisfatoriamente o que temos visto até aqui é uma incógnita. Mas afinal de contas incógnitas não são mesmo a cara de Evangelion?



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Shinjeki no kyojin: Eu recomendo!

                                                                 Fonte: Divulgação

    Dos animes da temporada de  primavera desse ano não resta dúvida alguma de que Shinjeki no Kyojin (O avanço dos titãs) está sendo o grande fenômeno que muitos previram. Baseado na série de mangás de Hajime Isayama o anime tem agradado ao público devido à união de vários fatores, começando pela a sua superior animação, muito original e intensa, com cores vibrantes e character design agradável, além de um roteiro muito bem trabalhado pelo competente estúdio production IG.
   A história parece simples, mas tem muitas passagens marcantes que ficam gravadas facilmente na memória devido ao impacto emocional que causam. Basicamente, temos uma espécie de mundo medieval onde a humanidade está sob o ataque de imensos gigantes (os tais titãs) que parecem surgir do nada e tem como único objetivo levar a devastação por onde quer que passem. Protegidos por três grandes muralhas os personagens principais Eren e sua irmã adotiva Mikasa acabam presenciando o horror de um desses ataques, quando um dos gigantes acaba devorando a mãe de Eren em uma cena brutal e muito bem conduzida. A vingança passa a ser a razão da existência do garoto, que busca a todo custo entrar nas fileiras de um exército criado para conter a ameaça dos titãs.
    Um ponto decisivo para a empreitada de uma história como essa foi sem dúvida a escolha da caracterização dos titãs. Eles causam uma profunda estranheza, são grotescos e passam de cara uma impressão de selvageria e irracionalidade. Chegam a ser propositalmente repulsivos e isso é um grande triunfo para a trama. Quando dão as caras logo nos primeiros minutos do episódio 01 o anime usa de uma habilidade fantástica para transmitir todo o horror vivido pelos personagens ao vislumbrarem suas presenças.  A destruição em larga escala que vem a seguir é tão detalhada, com lances de câmeras tão inesperados que não há como o espectador sequer piscar os olhos. A trilha sonora também é poderosa, especialmente na abertura psicodélica do anime.
      Uma curiosidade: o mangá de Shinjeki no kyojin foi  rejeitado pela poderosa shounen jump, a revista de mangás mais conhecida do planeta e com todo o sucesso conquistado pela série  posteriormente,  pode-se dizer que o troco foi muito bem dado.